Lidando com os efeitos do Bullying
Bullying é a prática de atos violentos, intencionais e repetidos, contra uma pessoa indefesa, que podem causar danos físicos e psicológicos às vítimas. Hoje no Brasil, estima-se que 1 em cada 10 estudantes seja vítima desse tipo de violência.
Para Telma Vinha, doutora em Psicologia Educacional e professora da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), para ser dada como bullying, a agressão física ou moral deve apresentar quatro características: a intenção do autor em ferir o alvo, a repetição da agressão, a presença de um público espectador e a concordância do alvo com relação à ofensa.
Pode parecer estranho dizer, mas os dois, tanto agressor como agredido, precisam de acompanhamento terapêutico, porque o bullying gera feridas e dor a ambos.
Primeiro, o agressor só é um agressor porque está enfrentando questões internas não resolvidas e pessoas feridas, ferem outras pessoas. Normalmente, o agressor é uma pessoa com baixa auto estima e necessidade de autoafirmação. Pode ser uma pessoa que não aprendeu a lidar com a raiva, alguém que também sofreu algum tipo de agressão física ou psicológica em outro ambiente ou que foi criado em um ambiente de preconceito e julgamentos.
Atendi um rapaz com queixa de solidão. Não conseguia ficar sozinho e por isso entrava em relacionamentos ruins. Durante o tratamento, encontramos o momento causador desse problema, uma cena em que ele praticava bullying contra um coleguinha da escola. Na cena, ele prendia o menino sozinho em uma salinha escura. Isso fazia o menino chorar. Naquele momento, uma crença foi instalada: “as pessoas que ficam sozinhas, choram”. Por mais incrível que possa parecer, essa crença estava guiando a vida dele, levando-o inconscientemente a fugir da solidão. Após o tratamento, ele compreendeu que, naquela situação, o coleguinha chorou porque estava com medo de ficar preso e não pela solidão. Dessa forma, ele pôde se perdoar pela agressão que cometeu e mudar dentro dele a crença de solidão.
Por outro lado, a pessoa que sofre bullying também cresce com marcas terríveis. Atendi um rapaz jovem e bonito, médico, com uma carreira admirável, mas com uma péssima autoestima. Ele não conseguia enxergar nada de positivo nele mesmo e isso atrapalhava sua postura no trabalho, gerava insegurança em seu casamento e causava tristeza. Durante o tratamento, encontramos e ressignificamos os momentos de bullying que ele viveu na escola e que haviam deixado marcas. Trabalhamos a autoestima dele, de modo que ele pudesse perceber e reconhecer o próprio valor, algo que todos à volta dele claramente notavam. Finalizamos o processo de modo que ele pudesse desfrutar de uma vida cheia de autoconfiança e felicidade.
É possível mudar os pontos de vista, tratar as feridas emocionais, perdoar, elevar a autoconfiança e cicatrizar as marcas causadas pelo bullying proporcionando uma vida de leveza e paz!
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Hipnoterapeuta Juliana Carreira Bonfá